sexta-feira, 3 de julho de 2009

Leia a declaração do I Encontro da Juventude Trabalhadora do PT


Cerca de 100 jovens petistas, em sua maioria ativistas do movimento sindical, participaram entre os dias 26 e 28 de junho, em São Paulo, do I Encontro da Juventude Trabalhadora do PT. O evento foi organizado pela JPT Nacional em parceria com o setorial Sindical e as Fundações Perseu Abramo (FPA) e a Friedrich Ebert (FES).

Nos três dias do encontro os participantes discutiram a conjuntura nacional, os impactos da crise sobre a juventude brasileira, as respostas dos movimentos sociais e do governo para a juventude, além de debater temas que devem fazer parte de um programa para a juventude trabalhadora de nosso país.

Confira a íntegra da declaração final do I Encontro da Juventude Trabalhadora do PT e mais abaixo os vídeos das intervenções na mesa “Os impactos da crise sobre a juventude, o trabalho e a condição juvenil” e baixe os slides apresentados durantes as mesas.

Manifesto
JPT: Rumo a uma plataforma para a juventude trabalhadora brasileira

O Partido dos Trabalhadores, a partir da JPT e da Secretaria Sindical Nacional, realizou, entre os dias 26 à 28 de junho de 2009, na cidade de São Paulo, o I Encontro Nacional da Juventude Trabalhadora do PT. Foram três dias de intenso debate, que contou com a presença de mais de cem lideranças representando diversos movimentos e entidades. A JPT, confirmando seu compromisso com a classe trabalhadora brasileira, iniciará uma campanha nacional por ampliação de direitos relacionados à educação, à cultura, à segurança e ao trabalho para a juventude.


A maioria da juventude do nosso país é trabalhadora. Os anos neoliberais provocaram estragos profundos sobre as condições de vida do povo brasileiro. As privatizações, a redução dos serviços públicos, o desmonte de políticas sociais estruturantes, o genocídio dos jovens das periferias, os alarmantes índices de desemprego e a extrema precarização das relações de trabalho são heranças deixadas pelo neoliberalismo. A juventude brasileira vivenciou todos esses problemas em maior intensidade. Fomos profundamente impactados e impactadas por esse projeto.

A experiência do Governo Lula, o governo do PT, colocou os temas relacionados as juventudes no centro das políticas públicas. Nunca falou-se tanto sobre a condição juvenil e é inédito o debate sobre a ampliação de direitos para nossa juventude. Isso é resultado da combinação de dois elementos: o fortalecimento das organizações juvenis e das juventudes no interior dos movimentos populares e a possibilidade aberta por um governo que lidera, no continente latino-americano, a superação do neoliberalismo.

O Partido dos Trabalhadores, para intensificar a disputa de hegemonia no país, deve construir, a partir da formulação da sua juventude, uma ampla estratégia. Nela, deve constar o grande desafio de apresentar uma plataforma para a juventude trabalhadora brasileira. Essa plataforma precisa orientar os seguintes desafios:

1. Organização dos jovens e das jovens, em toda a sua diversidade, com a perspectiva de impulsionar o protagonismo popular nas decisões políticas. Esse é o aspecto que reforça, em nosso programa, a democracia participativa.

2. Sistematizar os elementos do que podemos chamar de políticas públicas para a juventude, que tenha, como eixo central, a busca por ampliação da sua proteção social. Precisamos reverter, com políticas de Estado, o atual padrão de inserção de jovens no mercado de trabalho, a situação de exclusão do sistema educacional e de produção cultural e a submissão a um mundo violento e instável.


3. Fortalecer a relação com os movimentos sociais da cidade e do campo. A militância petista é, historicamente, orgânica aos movimentos populares. A luta por uma sociedade socialista e democrática se realiza com a participação ativa do povo organizado. A militância jovem do PT, desde a sua participação nos movimentos populares, tem a tarefa de unificar a diversidade de bandeiras (como a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, trabalho decente, reforma agrária, entre muitas outras), trabalho já iniciado a partir da sistematização dos debates deste I Encontro.

Temos uma agenda política muito intensa para construir essa plataforma e um longo processo para implementa-la. A vitória do PT e do campo democrático e popular em 2010 é uma etapa fundamental. A campanha da nossa candidatura será o momento de apresentar nossa plataforma para a juventude trabalhadora do país. Devemos inseri-la no programa de governo e na estratégia de campanha eleitoral, desde as candidaturas estaduais, parlamentares até a candidatura presidencial.

A militância jovem do PT tem a tarefa inadiável de, a partir da sua intervenção nos movimentos populares reunidos na Coordenação dos Movimentos Sociais, consolidar o conteúdo dessa plataforma. É com a UNE, CUT, MST, Marcha Mundial de Mulheres, movimentos do campo, de moradia, de cultura, indígena, de combate ao racismo, LGBT, dentre muitos outros que construímos uma nova sociedade, socialista e democrática.


São Paulo, 28 de junho de 2009.

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